segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Anedota Humana


Sou uma pessoa bem humorada, sou sim, mas toda brincadeira tem um certo limite. Adoro anedotas principalmente as que tem algum tipo de objetivo implícito. E uma das anedotas que mais gosto é a que se relaciona de algum modo com a condição e formatação daquilo que antes chamávamos de "raça" humana. A raça humana ou a espécie humana aos meus despretensiosos e moderadamente insanos olhos é uma anedota história, filosófica e acima de tudo social. Não acredito na humanidade que alguns teóricos dizem que existe, não posso acreditar. Sou apenas um pensador livre e moderadamente crítico, que aqui presta-se a opinar, não tenho objetivo de formatar sistemas filosóficos (pelo menos por enquanto) desejo apenas dizer o que deve ser dito e o que preciso dizer. Vou dizer o que desejo sem rodeios, não sou muito dado a explanações e ensaios eufemísticos, gosto de falar abertamente sem me preocupar com as normas. 

Pensemos que o que digo está sendo dito em um ambiente de assustadora e confortável informalidade, estamos em um bar, alguns com suas bebidas inebriantes, outros com seus deliciosos sumos, conversando como faziam antes os filósofos ao pé do pórtico ou na extensão da Aghora em suas caminhadas reflexivas. Penso que a humanidade que acreditamos existir não existe mais e na verdade de algum modo nunca existiu. Apregoamos e adoramos um conceito que a muito tempo perdeu sua validade. A humanidade ou o ideal daquele ser que se pensa humano é apenas isso um conceito, não consegue ser nada além disso, pois não repousa em modelos empíricos, em manifestações concretas. Somos humanos apenas em ideia, pois nos falta a vontade e os instrumentos necessários para o sermos de forma concreta. 

Continuação....  

segunda-feira, 25 de abril de 2011

HÁSEK E O OITAVO MUNDO

 Em um dia como qualquer outro, sentei-me próximo daquele que tenho como irmão, estávamos conversando amenidades e depois de algum tempo procedendo desta maneira resolvi perguntar o que ele achava da existência, de Deus e da metafísica, sempre achei que meu irmão era um descrente um ser que desejava e cultivava a inexistência como um ser-crente, mas eu estava redondamente enganado, ele era na verdade um Deus, sim um Deus, não somente um Deus, mas o Deus, o senhor do Oitavo mundo. Ele me disse tudo isso tomado por uma força desconhecida, seu olhar tornou-se fixo, seus olhos quase explodiram de tanta vida e me contou então como era seu mundo e qual era sua crença não em um Deus externo, mas num Deus que era ele mesmo.
Estávamos neste ocasião sentados em um sofá com um forro xadrez, ele ajeitou-se nas almofadas felpudas e respondeu as seguintes que eu tinha feito :
- Me diga Leitão, assim era como eu o chamava, o que você pensa da existência, de Deus e de todo o resto ?
- Não conto isso a todos ,mas somos da mesma família, dividimos o mesmo código genético e o sangue que corre em minhas veias corre também nas suas, por isso acho que poderia lhe contar a verdade, eu não necessito acreditar em nada disso, pois sou o maior dos Deuses, mesmo o maior do Deuses curva-se perante minha majestosa forma, sou o Deus do Oitavo mundo, senhor do oitavianos, ou melhor dizendo senhor do Universo Hásekiano, eu sou a própria existência e tudo o que existe em todos os outros mundos existe por meu intermédio. Em meu mundo eu sou rei, sou servo e todos aqueles que permito existirem em meus domínios usufruem de poderes divinos, contar-lhe-ei tudo sobre esse universo que até o momento lhe era desconhecido e tirara suas próprias conclusões.
Como estudioso de todos os outros mundos e ávido leitor de obras metafísicas e esotéricas sabe muito bem que nosso universo cósmico ou melhor dizendo seu universo cósmico e dividido em sete planos bem definidos, não necessito descrever aqui as características de todos eles, mas posso nominá-los para um melhor entendimento, estes mundos são : físico, astral, mental, búdico ou intuitivo, nirvânico ou espiritual, monádico e logóico ou divino. No sétimo mundo se formos contar de baixo pra cima ou no primeiro mundo se contarmos de cima para baixo existem diversos Deuses, que segundo acreditam os esotéricos que não tiveram a oportunidade de estagiar no oitavo mundo são os maiores. Mas estes estão enganados, pois eu sou o senhor de todos esses mundos e todos os outros Deuses imploram que eu lhes permita viver no oitavo mundo, eu um dia permiti que um destes visitasse meu mundo por algumas horas e ele ficou tão maravilhado que não queria mais voltar para seu mundo, pediu-me que lhe permitisse viver em meu mundo dividindo os ofícios divinos, mas eu por mais que seja compassivo não posso dividir meu poder com outros deuses, disse-lhe então que ele poderia ser um habitante de meu mundo,mas para isso deveria deixar de ser um Deus para se tornar um hásekiano, este não quis deixar de ser Deus e portanto teve de deixar meu mundo,mas nos ainda somos amigos e tomamos algumas cervejas e quando a animação nos domina até alguns chopps no sétimo mundo todas as sextas-feiras.
Mas meu mundo é um mundo de alegrias, de felicidades, de festas e agito constante, somos felizes por natureza e todos aqueles que nascem em meu universo são amantes da vida, em meu mundo os rios são feitos de diversas bebidas estimulantes e inebriantes, tudo aquilo que meus habitantes desejam para mim e uma ordem, pois tenho de ser um bom Deus para aqueles que me cultuam. Em meu mundo quando as pessoas nascem as primeiras palavras são meu nome. Meu nome tem um poder absurdo de transformar e iluminar, nos outros mundos as pessoas tem que repetir o nome de vários deuses, receber iniciações de mestres, de yogues , mas no meu mundo tudo e muito mais simples, eu sou um bom Deus e por isso decretei que todos aqueles que repetirem meu nome três vezes da seguinte forma :
HÁAAAASSSSSEEEEEKKKKK
HÁAAAASSSSSEEEEEKKKKK
HÁAAAASSSSSEEEEEKKKKK
Recebem o conhecimento das verdades do universo tornando-se Deuses menores em meu mundo. Este e somente um dos benefícios de existir ou viver em meu mundo, eu sou um Deus benevolente, infinitamente sábio, perfeito e acima de tudo gostoso.
Sim gostoso, pois em meu mundo não existe nenhum ser que se equipare a mim, nem mesmo você meu irmão quase filósofo e tão bonito quanto eu, eu sou o senhor de todas as qualidades universais, sou Hásek, o poderosamente poderoso, o gostosamente gostoso, o sabiamente sábio e acima de tudo o mais belamente belo.
Meu universo e o universo das delícias e um dia se você se mostrar digno tornar-se um Deus em meu mundo. Não conte isso a ninguém, pois se contar sofrera as conseqüências. Sou Hásek, o senhor do oitavo mundo.

Este foi o pronunciamento que me foi feito por meu nobre e divino irmão. Boêmio aos desatentos, sábio aos crentes e Deus aos seres do oitavo mundo. Estou me arriscando em contar-lhes esta história, mas não poderia deixar de fazê-lo, pois assim como eu sei que todos aqueles que conhecerem meu irmão e seu mundo nunca mais desejarão estar com mais ninguém nos sete mundos , eu seu irmão me curvo perante a divindade de todos os mundos, aquele que tenho como um dos mais nobres seres não so do oitavo mundo, mas do meu mundo pessoal. Esta e a história de Hásek ou Leitão Hásek que e como eu gosto de chamá-lo ou simplesmente Xandynho.




domingo, 24 de abril de 2011

Inexistentemente existente


Penso, Penso, Penso e acredito existir. Não concordo totalmente com Rere ou para aqueles que não são tão íntimos René Descartes. Esse um dia após muita reflexão decidiu dizer que o homem existe porque pensa ou melhor porque duvida. Eu particularmente em minha humilde e despretensiosa mediocridade acho que Rere não esta com a razão, o existir não pode e não deve ser constrangido as manifestações do pensar humano. Somos isso é um fato, pois todos aqueles que pensam ou mesmo acham existir já existem para assim pensar ou mesmo para duvidar de sua existência. Não digo que Rere estivesse totalmente errado, mas não posso afirmar se quiser conservar algum tipo de sinceridade que este estava totalmente certo. O existir é muito mais complexo do que o pensar e mesmo este pensar esta subordinado ao existir e por isso não pode ser seu parâmetro de análise. Sei que tudo isso que escrevo é de uma redundância absurda, mas digo a todos vós ou a ninguém que mesmo o redundante é necessário para que possamos perceber o que não o é, somos seres redundantes por natureza e Rere o foi como todos nós em alguns momentos, disse-nos que pensamos é logo existimos, existe algo mais redundante que isso ? Não devo e nem quero retirar-lhe o mérito de nos comunicar essa redundância, mas devo reconhecer que esta não passa de uma redundância. Pois todos sabemos que existimos por pensar e que nos reconhecemos existentes por pensar em nossa própria existência .Mas o Existir é alheio ao próprio pensamento, pois mesmo aqueles que não pensam existem. Pergunto a Rere e espero que este um dia me responda, como existem aqueles que não pensam ? Como existem os contemporâneos ? Como existimos nós raça impensada e impensante ? Existimos ? Não existimos? Gostaria Rere que me respondesse, pois para essa pergunta eu realmente gostaria que existisse uma resposta. Diga-me Rere como existimos e ai sim eu me curvarei a ti, não que não esteja já curvado, prostrado, mas desejo me prostrar de forma diversa aos pés daquele que me responder, como existimos afinal nós contemporâneos racionalmente irracionais ?